Em 2010 foram rodados 10 filmes, mas no ano passado foram apenas 3.
'Sonho de viver de cinema nunca existiu', lamenta o cineasta Negrovsk.
Com investimentos de R$ 490 milhões e com a promessa de ser a “Hollywood Brasileira", o Polo Cinematográfico de Paulínia (SP) está praticamente parado. Parte dos Prédios está em situação de abandono, com pouco uso, ou com outras atividades não diretamente ligadas ao cinema. O complexo, que possui cinco estúdios de gravação, escritório de captação de projetos, shopping, rodoviária e um restaurante, foi inaugurado há cinco anos. Projetada para ser formadora de mão de obra, a Escola de Cinema também foi desativada.
Em 2010 foram rodados 10 filmes, mas no ano passado este número caiu para três produções, ou seja, queda de 70%. “O sonho de viver de cinema em Paulínia nunca existiu”, lamenta o cineasta Fernando Negrovsk, que se mudou do Sul para a cidade acreditando no sonho da cidade cinematográfica. “Vim na promessa que poderia viver de cinema”, completa Negrovsk.
Filmes como “O Palhaço”, “De Pernas Pro Ar”, “O Homem do Futuro” e “Colegas”, foram rodados no interior paulista.
Em 2012, a Prefeitura cancelou o Festival de Cinema, que era a principal vitrine para o complexo. O orçamento era de R$ 10 milhões. O prefeito de Paulínia na época, José Pavan Júnior, que foi reeleito, alegou que o dinheiro seria usado na área social.
Selton Mello é premiado no Festival de Paulínia em 2011 (Foto: Mario Miranda/ Divulgação)
Em 2011, 394 filmes se candidataram ao festival e 27 produções inéditas foram selecionadas. A premiação chegou a R$ 800 mil.
Diretor de cinema formado no complexo, Roberto Giglio, elenca os problemas. “O polo está completamente abandonado. A escola de cinema não funciona, os estúdios de cinema não funcionam”, descreve. Ainda de acordo com o diretor, produções externas usam parte do espaço, mas não é o suficiente para dar sequência no ritmo registrado há 3 anos. Ainda segundo ele, equipamentos caros estão sem funcionamento e tendem a ficar obsoletos.
A secretária de Cultura de Paulínia, Fernanda Candido, disse que está feito uma reformulação do Polo Cinematográfico. “No segundo semestre estará 100% reativado, vamos lançar edital de filmes e edital da escola de cinema”, promete.
Ainda segundo a secretária, um novo formato de gestão está previsto. A iniciativa privada poderá locar os espaços para a produção de comerciais e de programas de emissoras de televisão. E a escola de formação de profissionais será voltada 100% para moradores de Paulínia.
"Temos uma ponta de esperança, a gente acompanha, para ver se um dia retoma", declara Vânia Brega, atriz que participou de produções feitas na cidade como figurante.
Tribunal de Justiça
Dentro do Polo Cinematográfico alguns espaços estão sem manutenção. De acordo com o secretário de Receita, Leonardo Balloni, uma concessão para uso dos prédios foi feita em 2006, com aluguel fixado em R$ 23 mil. Valor, que, aliás, nunca foi pago. A empresa vencedora teve 13 meses de carência, segundo o contrato.
Notificações à empresa teriam sido feitas, segundo Balloni, mas desde 2011 o caso está no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ). A administração tenta reverter à concessão. A empresa que detém a concessão informou que teria direito a um espaço maior, o que não aconteceu. Alegou ainda que faz a manutenção do local.
Área de gravação do Polo Cinematográfico de Paulínia (SP) (Foto: Reprodução EPTV)
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fonte:http://g1.globo.com
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