“Você viu ‘The Doors’? Então, é aquele cara de peruca branca que aparece, sabe? Aquele que é o David Bowie quem interpreta.”* Esse era um visitante da exposição “Andy Warhol, Mr. America”, em cartaz na Estação Pinacoteca, em SP, tentando explicar à parceira quem era o tal do artista, no domingo passado.
No outro andar, uma senhora e o acompanhante veem um dos “Screen Tests”. “Ai, esse aí é o..... aquele...., sabe? Aquele cara do ‘Sem Destino’, como é mesmo o nome dele?”
Tão interessante quanto observar a excelente retrospectiva do artista plástico, a mais completa já feita por aqui, é separar um tempo para analisar a reação dos visitantes. A exposição é daquelas tipo blockbuster. Filas enormes na entrada e disputa de espaço dentro do museu para conseguir ver as obras.
Levando em conta que se trata de Warhol, fica ainda mais interessante o fato de a exposição reunir aquele tipo de público raramente interessando em artes plásticas.
Há sempre algo aqui ou ali, um item do cotidiano mais banal, nas obras, que é familiar ao visitante. Warhol dizia que era fascinante saber que a Coca Cola é consumida tanto pelo presidente quanto pelo mendigo; que nenhuma riqueza faria uma Coca Cola ser melhor do que a outra.
Não é apenas a questão pop, o blablablá de culto à celebridade que torna Warhol um dos grandes de todos os tempos.
Tome, por exemplo, as seguintes declarações _textos que estão nas paredes expositivas_ do artista para entender a observação atenta que ele fez da nossa sociedade:
“São os filmes que têm realmente feito as coisas andarem na América, desde que eles foram inventados. Eles te mostram o que fazer, como fazer, quando fazer, como se sentir. É fantástico quando eles te mostram como beijar como James Dean ou se parecer com Jane Fonda ou vencer como Rocky”;
Ilustrada do Cinema
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